O mercado de veículos usados está em plena expansão, oferecendo cada vez mais opções, desde os modernos elétricos aos tradicionais motores a combustão. No entanto, a compra de um carro em segunda mão exige uma análise cuidada para evitar problemas futuros. Abordamos os pontos cruciais a ter em conta, quer esteja a considerar um veículo elétrico ou um modelo a gasolina com um historial conhecido.
O que verificar ao comprar um veículo elétrico usado
Com o aumento da oferta de veículos elétricos (VE) no mercado de usados, é fundamental saber o que procurar. Keith Barry, especialista automóvel da Consumer Reports, aconselha os potenciais compradores a consultarem relatórios de fiabilidade. Segundo Barry, “é mais importante do que nunca lembrar que os produtos novos, especialmente carros concebidos ou redesenhados de raiz, tendem a apresentar mais problemas de fiabilidade nas suas fases iniciais”. O componente central de qualquer VE é, sem dúvida, a bateria.
A bateria: O coração do veículo elétrico
Ao avaliar um VE usado, é essencial fazer várias perguntas sobre a bateria. Questione qual a sua capacidade real e a velocidade de carregamento. “Observámos que alguns dos primeiros modelos de veículos elétricos não conseguem tirar partido dos novos carregadores rápidos públicos DC que estão a ser instalados”, explica Barry. Para além disso, verifique a garantia da bateria. Os modelos mais recentes costumam oferecer garantias generosas, frequentemente de oito anos ou 160.000 quilómetros (o equivalente a 100.000 milhas).
Diagnóstico e desvalorização
Para uma maior segurança, Barry sugere que os compradores solicitem um relatório sobre o estado de saúde da bateria. “Este é um serviço que, por vezes, o próprio concessionário pode fornecer, mas também existem empresas terceiras especializadas que o fazem”, afirma. Recomenda-se também um test-drive com a bateria totalmente carregada para avaliar a rapidez com que a carga diminui. Por fim, tenha em conta a desvalorização. A adoção de veículos elétricos tem sido mais lenta do que o previsto, levando a que alguns concessionários tenham dificuldade em escoar o stock, o que pode ser um ponto de negociação favorável ao comprador.
Problemas reconhecidos em motores a combustão: O caso PureTech
Os desafios não se limitam aos veículos elétricos. O motor a gasolina de 1.2 litros PureTech de três cilindros, amplamente utilizado pelo grupo Stellantis em modelos de marcas como Peugeot, Citroën, DS Automobiles e Opel, tem um historial de problemas conhecidos. Muitos proprietários relataram um consumo excessivo de óleo e perdas de pressão, associados a uma degradação prematura da correia de distribuição. Estes problemas afetam as unidades produzidas entre abril de 2014 e junho de 2022. Os motores fabricados após essa data já não apresentam estas falhas.
Stellantis reage com extensão de garantia
Em resposta às inúmeras queixas, a Stellantis anunciou uma solução para os proprietários afetados. A empresa implementou uma extensão extraordinária da garantia para os motores problemáticos, com efeito retroativo. A cobertura foi alargada para um período de 10 anos ou um total de 175.000 quilómetros. Esta medida abrange tanto os proprietários originais como os compradores de veículos usados equipados com este motor, desde que cumpram as condições de elegibilidade. A principal condição é que o plano de manutenção recomendado pelo fabricante tenha sido rigorosamente seguido.